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Alimentação e Amamentação

Amamentar exclusivamente durante os primeiros 6 meses de vida tem inúmeros benefícios para a saúde do bebé e é recomendado pela organização mundial de saúde bem como a sua continuidade durante 2anos em complementaridade com a alimentação. No entanto, para além de ainda existir desconhecimento sobre os vários benefícios, existem muitas dúvidas e mitos que podem levar muitas mães a escolherem não amamentar, mesmo tendo essa possibilidade.
Existe uma relação forte entre a alimentação da mãe e o leite materno, por isso é que é tão importante termos atenção ao que comemos e fazermos escolhas acertadas.

Relativamente à produção de leite, não existe ainda nenhuma evidência científica de que um determinado alimento aumente a produção de leite. Esta produção é maior quanto maior e mais frequente for a sucção do bebé ou a extração de leite materno com a bomba. Por isso, a amamentação noturna é também muito importante, uma vez que os níveis de protactina (uma hormona) está aumentada neste período e desta forma há um maior estímulo na produção de leite.
Também o contacto pele com pele, quando o bebé nasce, e sempre que possível nos primeiros dias de vida, ajuda a aumentar os níveis de oxitocina e potencia a lactação.

No que diz respeito à ingestão de água, não existe evidência que tenha impacto no volume de leite produzido, ou seja, não há nada que comprove que o aumento do consumo de água faça aumentar a produção de leite. Contudo, a água tem um papel muito importante porque previne a desidratação da mãe que está a amamentar e, por isso, deve ser ingerida em maior quantidade nesta fase, para além de ajudar no bom funcionamento do organismo e intestino.

Quanto aos alimentos potencialmente alergénicos para o bebé, não se definem restrições durante a gravidez e aleitamento materno para evitar a sensibilização e a indução de intolerâncias alimentares. Se existirem sintomas como, alteração na pele ou refluxo por exemplo, devem ser avaliados e diagnosticados por um médico, para se necessário fazer alterações adequadas na dieta da mãe.

Relativamente às cólicas, estas resultam da imaturidade e adaptação do intestino ao meio extrauterino e existem em bebés amamentados com leite materno e bebes amamentados por fórmulas. No entanto, se a mãe associar determinados alimentos aos sinais de desconforto do bebé, esta deve pedir avaliação junto de um profissional de saúde para avaliar os sintomas caso a caso e eventualmente individualizar a dieta da mãe.

Em relação às bebidas alcoólicas, é importante referir que a percentagem de álcool que é transmitida para o leite materno é baixa, mas, no entanto, existente. É detetado no leite cerca de 2h depois da sua ingestão por isso deve ser evitado sobretudo num bebé amamentado em livre demanda. As bebidas alcoólicas aumentam a desidratação e podem diminuir os níveis de oxitocina, por isso desaconselhadas, de um modo geral, durante o período de amamentação.

Em resumo, se está a amamentar faça uma alimentação equilibrada com alimentos reais e ofereça ao bebé uma variedade de sabores que será, com certeza, vantajosa na altura da introdução alimentar.

Dr.ª Inês Valente – Nutricionista

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